Boeing obtém aprovação da FCC para lançar sua própria constelação de satélites de Internet
A US Federal Communications Commission (FCC) autorizou a solicitação da Boeing para construir e lançar seu próprio serviço de Internet baseado em satélite, abrindo caminho para outro concorrente do projeto Starlink da SpaceX. De acordo com a carta de anúncio da FCC, a Boeing pretende usar sua futura constelação de satélites para fornecer “banda larga e serviços de comunicações” em todo o mundo.

O caminho da Boeing para a aprovação
A aprovação da FCC concede à Boeing uma licença para construir, implantar e operar sua constelação de satélites de comunicações e distribuição de Internet. A empresa pretende oferecer esses serviços para “usuários residenciais, comerciais, institucionais, governamentais e profissionais” nos Estados Unidos e em outros países do mundo, de acordo com o pedido apresentado.
O pedido da Boeing e a aprovação subsequente cobrem o lançamento de 147 satélites, 132 dos quais serão posicionados em órbita baixa da Terra com os 15 restantes orbitando em altitudes muito maiores. A Boeing apresentou seu pedido de constelação de satélites à FCC em março de 2017, declarando no documento [PDF] que a “gestão cuidadosa” de sua constelação “alcançará cobertura global e um caminho claro para o acesso universal aos serviços de banda larga”.
Benefícios da Internet no Espaço
A Internet de alta velocidade fornecida por meio de constelações de satélites de baixa órbita da Terra (LEO) é uma indústria em crescimento, amplamente estimulada pela SpaceX Starlink. Fornecer Internet usando constelações de satélites no LEO permite que os provedores ofereçam serviços em regiões onde a banda larga de alta velocidade é superfaturada ou totalmente indisponível, incluindo muitas cidades rurais ainda limitadas a DSL lento.
Ao contrário dos serviços de Internet por satélite existentes, as constelações no LEO fornecerão banda larga de alta velocidade e baixa latência, permitindo o tipo de atividades diárias da Internet que alguém pode realizar em serviços a cabo, incluindo jogos e streaming.
Em agosto, o Serviço de Pesquisa do Congresso publicou um relatório sobre o potencial dessa tecnologia para lidar com a desigualdade de banda larga nos Estados Unidos. O Congresso abordou a pandemia e as maneiras pelas quais ela demonstrou a importância vital do acesso de alta velocidade à Internet, inclusive em partes importantes da vida, como escola e trabalho.
O relatório alerta que ainda existem incógnitas sobre a tecnologia, porém, informando:
As empresas estão em processo de desenvolvimento, teste e implantação de satélites LEO para entrega de banda larga com a esperança de que possam fornecer velocidades mais altas, latência mais baixa e cobertura expandida. Existem muitas incógnitas – por exemplo, se os satélites LEO podem fornecer consistentemente a latência mais baixa e velocidades mais altas previstas. Outras incertezas incluem como pode ser a concorrência dos provedores de satélite LEO, ou quão acessível o serviço de banda larga fornecido pelos satélites LEO pode ser – ou não – ser.
Concorrentes
Os planos da constelação de satélites da Boeing não foram totalmente tranquilos para a empresa. A SpaceX argumentou que o produto concorrente da Boeing interferiria em seu sistema Starlink, alegando que a Boeing deveria ter requisitos adicionais implementados. A FCC rejeitou esses argumentos, no entanto, afirmando que “as operadoras devem coordenar de boa fé o uso de frequências comumente autorizadas.”
Quando se trata de Internet de alta velocidade fornecida por satélites LEO, a SpaceX está à frente do pacote com seu produto Starlink, mas não será a única grande empresa a oferecer esse tipo de serviço por muito tempo. Além da Boeing com a aprovação concedida para seu (pequeno) lançamento, a Amazon também está de olho na órbita baixa da Terra para seu próprio serviço de satélite espacial.
O sistema da Amazon é atualmente conhecido como Projeto Kuiper e recentemente recebeu a aprovação da FCC para lançar dois satélites para testes no espaço. Em um futuro mais distante, a Amazon pretende construir e implantar mais de 3.200 satélites LEO para fornecer seu próprio serviço global de Internet.